Plutão

Distância média do Sol: 2.310 milhões de km
Diâmetro aproximado: 2.284 km
Temperatura atmosférica: -230ºC
Dia/noite: 6 dias terrestres N.º de satélites: 1
Inclinação do eixo: 62º 24´

Todos os dias são escuros em Plutão, porque o Sol esta muito distante. O seu satélite sombrio Charon, aparece sempre no seu céu porque gira com Plutão como um parceiro de dança dando as mãos. Plutão e Charon juntos formam um planeta duplo, separados por apenas 20.000 km. Plutão tem uma atmosfera muito fina, composta por nitrogênio, monoxido de carbono e metano. Quando Plutão esta a maior distância do Sol, a atmosfera arrefece e cobre o planeta de gelo. Plutão tem uma superfície manchada por sinais escuros e iluminados. Alterações nestas manchas podem dever-se a neve de metano que paira a volta. Charon tem metade do tamanho de Plutão e a sua superfície esta coberta com água gelada. Netuno ultrapassou a orbita de Plutão durante 20 anos, fazendo-se o planeta mais afastado do Sol. Mas em 1999 Plutão passou a ser novamente o planeta mais distante durante os próximos 227 anos. Depois de Plutão há um grande cinturão de grandes objetos, mas estes não são considerados verdadeiros planetas

23/08/2006 -

Plutão perde categoria de planeta do Sistema Solar da Efe, em Praga

A definição de planeta adotada pela União Astronômica Internacional (IAU) reduz de nove para oito o número de planetas do Sistema Solar, ao trocar a categoria de Plutão para, "planeta anão".

Assim afirmou Junachi Watanabe, porta-voz do Observatório Nacional de Astronomia japonês e membro do "Comitê da IAU para a Definição de um Planeta". Reprodução Plutão deixa de ser planeta do Sistema Solar r "O Sistema Solar tem oito planetas e pelo menos dois planetas anões", disse Watanabe.

O especialista disse que a IAU --árbitro da nomenclatura espacial desde sua fundação, em 1919-- rejeitou a proposta mais considerada até agora, a de adotar uma definição que mantivesse Plutão como planeta. O projeto teria levado à ampliação do Sistema Solar para 12 planetas, porque, além de Plutão, seria acrescentado pelo menos três novos: Ceres, Caronte e o corpo UB313, ainda sem nome oficial, mas chamado Xena por seu descobridor, Mike Brown. Agora Ceres continua sendo um asteróide, Caronte segue como satélite de Plutão, e Xena também seria um "planeta anão". Os astrônomos do mundo estão há dois anos em meio a intensos debates para determinar uma definição, depois que Brown descobriu UBS313, em 2003, situado a 14,550 bilhões de quilômetros da Terra, que abriu o problema sobre se devia ser reconhecido como planeta, dado que é maior que Plutão. Segundo Watanabe, o problema apareceu porque até agora não havia uma definição científica do que é um planeta.

Em todo caso, os astrônomos estariam admitindo agora que houve um erro quando se concedeu a Plutão a categoria de planeta em 1930, e no futuro poderiam incluir outros corpos semelhantes sob a denominação de "planeta plutônico" ou "plutoniano". Seria adiada também a 27ª Assembléia Geral da IAU, convocada no Rio de Janeiro para 2009, a escolha de um nome oficial para o corpo UB313.

 

A CIENCIA GANHA E PLUTAO PERDE

Em menos de uma semana, o sistema solar sofreu uma serie de incriveis abalos. Ha' um mes, ele possuia 9 planetas. Menos de quinze dias depois, ele estava para ganhar mais 3 e dentro em breve mais outros 8, chegando a um total de 20. Hoje ele so' possui 8. No dia 24 de agosto, astronomos reunidos na 26ª assembleia-geral da Uniao Astronomica Internacional, em Praga (Republica Checa), reclassificaram Plutao. A decisao foi tomada pelos cerca de 300 presentes apos uma semana de intensas discussoes. Alias, desde a sua descoberta nos confins do sistema solar, em 1930, ou seja, ha' quase 80 anos, Plutao foi motivo de discussoes com relacao a sua classificacao como planeta. Finalmente agora o planeta foi colocado no seu devido lugar no sistema solar. Nao se justifica afirmar que Plutao foi desclassificado.

Afirmar que Plutao perdeu status e' um pouco injusto. Na realidade, ele sempre foi um asteroide ou um pequeno planeta ou ainda um planetoide. Sua classificacao como planeta foi um equivoco justificavel, pois na epoca nao se tinha os recursos tecnologicos que permitiriam observar a regiao onde se encontrava. O mesmo ocorreu com Ceres, localizado entre Marte e Jupiter, que, descoberto em 1801, foi inicialmente conhecido como planeta. Mais tarde, com as sucessivas descobertas de outros na mesma regiao, passou a ser designado como asteroide ou planetoide. Alias, o mesmo deveria ter ocorrido com Plutao logo que outros corpos celestes comecaram a ser localizados em suas vizinhancas. Apesar do astronomo americano de origem holandesa Gerald Kuiper ter previsto, por volta de 1950, a existencia de um cinturao de asteroides alem da orbita de Netuno, so' a partir dos anos 1990 foi possivel descobrir uma serie de corpos celestes nessa regiao. Dai' a razao de uma retificacao tao tardia. Convem assinalar que, logo depois da descoberta de Plutao, suas dimensoes foram superestimadas.

Num certo periodo da historia, os livros didaticos registravam que o menor planeta do sistema solar era Mercurio. Todavia, sabe-se hoje que Mercurio e' de dimensoes muito superiores 'as de Plutao. Alias, as diferencas existentes entre Plutao e os outros planetas ja' naquela epoca nao permitiam sua facil integracao 'a familia dos planetas historicos. Com efeito, Plutao nao e' um planeta rochoso como Mercurio, Venus, Terra e Marte, os quatro mais proximos do Sol, nem um gigante gasoso como Jupiter, Saturno, Urano e Netuno. Na realidade, Plutao e' um astro deserto e gelado, cujo diametro de 2.300 quilometros e' inferior em mais de 1.000 quilometros ao da Lua, o satelite natural da Terra. Alem disso, ao contrario do que ocorre com os oito outros planetas historicos do sistema solar, que descrevem orbitas quase circulares, Plutao descreve uma trajetoria muito eliptica, sendo o plano muito mais inclinado em relacao 'as dos outros planetas. Apesar do desconforto da classificacao de Plutao como planeta, a crise somente se agravou em 2003, com a descoberta do asteroide 2003UB313 (provisoriamente denominado Xena), que possuia um diametro superior ao de Plutao em 100 quilometros.

Os criterios essenciais para que um corpo celeste entre nos livros como "planeta classico" sao tres. Primeiro, e' preciso orbitar ao redor do Sol. Tambem deve apresentar uma massa suficiente para que sua gravidade, compensando as forcas de coesao do corpo solido, lhe de' uma forma quase esferica. Finalmente, que o planeta anao satisfaca um terceiro criterio, sem duvida o mais polemico: eliminar todos os corpos suscetiveis de se deslocarem em uma orbita proxima. Com efeito, em consequencia desta ultima exigencia, todos os objetos do Cinturao de Asteroides, entre Marte e Jupiter, assim como os mais afastados do Cinturao de Kuiper, depois de Netuno, ao qual pertence Plutao, serao excluidos da classificacao de planeta, devendo ser incluidos na categoria de "planeta anao". Na realidade, o receio maior dos astronomos reunidos na assembleia da Uniao Astronomica Internacional era a obrigacao de revisar regularmente a lista dos planetas por ocasiao das novas descobertas.

( Fonte: Ronaldo Rogerio de Freitas Mourao, O Estado de SP )

 
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