Discurso de
Posse de Milton Machado – AGLAC – 21/07/2022.
Boa noite. Gostaria de agradecer a presença de todos vocês.
Em especial os membros da mesa, acadêmicos, acadêmicas, minha
mãe, meus irmãos, minha filha, meus amigos e minhas amigas.
É um prazer e uma grande honra estar aqui hoje junto a vocês
na minha posse como acadêmico nesta conceituada instituição.
É neste momento que sou tomado por esta grande emoção,
que muito me traz contentamento por saber que todo o trabalho realizado
a frente do Clube de Astronomia de São Gonçalo – Leonardo
Da Vinci ficará registrado na história de nossa amada cidade.
E por estas e outras realizações ligadas à divulgação
científica, a arte e a música que sou tão carinhosamente
e tão honradamente acolhido na AGLAC. Sou grato a todos vocês
que ao longo desta minha trajetória contribuíram cada um
de sua forma, para que eu pudesse chegar até este grande e inesquecível
momento.
Agora, convêm falar um pouco a respeito do meu Patrono, Olavo Bilac,
e do meu Antecessor o Professor, Historiador, Geógrafo e poeta.
Oswaldo Luiz Ferreira.
Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac
(Rio de Janeiro, 16 de dezembro de 1865 — Rio de Janeiro, 28 de
dezembro de 1918) foi um jornalista, contista, cronista e poeta brasileiro,
considerado o principal representante do parnasianismo no país.
Foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira
15 da instituição, cujo patrono é Gonçalves
Dias.
Conhecido por sua atenção à literatura infantil e,
principalmente, pela participação cívica, Bilac era
um ativo republicano e nacionalista, também defensor do serviço
militar obrigatório em um período em que o exército
usufruía de amplas faculdades políticas em virtude da proclamação
da República em 1889.
Foi o responsável pela criação da letra do Hino à
Bandeira, inicialmente criado para circulação na capital
federal (na época, o Rio de Janeiro), e mais tarde sendo adotado
em todo o Brasil. Também ficou famoso pelas fortes convicções
políticas, sobressaindo-se a ferrenha oposição ao
governo militar do marechal Floriano Peixoto.
Em 1907, foi eleito "príncipe dos poetas brasileiros",
pela revista Fon-Fon. É autor de alguns dos mais populares poemas
brasileiros, como os sonetos Ora (direis) ouvir estrelas e Língua
portuguesa.
Biografia
Filho de Brás Martins dos Guimarães Bilac e de sua esposa
Delfina Belmira Gomes de Paula, teve infância e adolescência
comuns para sua época. Era considerado um aluno aplicado, conseguindo,
aos 15 anos ( antes, portanto, de completar a idade exigida ) autorização
especial para ingressar no curso de Medicina na Faculdade de Medicina
do Rio de Janeiro, a gosto do pai, que era médico durante a campanha
da Guerra do Paraguai, e a contragosto próprio.
Portanto, começa a frequentar as aulas da faculdade mencionada,
terminada a rápida passagem no colegial, mas seu precoce trabalho
na redação da Gazeta Acadêmica absorve-o e interessa-o
mais do que a prática medicinal. Por este motivo, Bilac não
concluiu o curso de medicina e nem o de direito que frequentou posteriormente,
em São Paulo.
Bilac foi jornalista, poeta, frequentador de rodas de boêmias e
literárias no meio letrado do Rio de Janeiro. Sua projeção
como jornalista e poeta e seu contato com intelectuais e políticos
da época conduziram-no a um cargo público: o de inspetor
escolar. A se considerar a importância dada aos cargos escolares
naquele período, principalmente aquele de professor da Escola Pedro
II (onde diversos eruditos disputaram famosas preleções
para cargo professoral, como Euclides da Cunha e Astrojildo Pereira),
não é de menos importância perceber o relevo social
desta profissão naquele meio. Aliás, sua participação
na vida cotidiana e cultural foi uma marca patente em sua imagem: sabe-se,
por exemplo, que em 1897 Bilac acabou perdendo o controle do seu automóvel
Serpollet e o bateu contra uma árvore na Estrada da Tijuca, no
Rio de Janeiro - RJ, sendo o primeiro motorista a sofrer um acidente de
carro no Brasil.
Aos poucos se profissionaliza: produz, além de poemas, textos publicitários,
crônicas, livros escolares e poesias satíricas. Visava, então,
contar através de seus manuscritos a realidade presente na sua
época. Prestou colaboração em publicações
periódicas como as revistas: A Imprensa (1885-1891), A Leitura
(1894-1896), Branco e Negro (1896-1898), Brasil-Portugal (1899-1914),
Azulejos (1907-1909) e Atlântida (1915-1920). Sua estreia como poeta,
nos jornais cariocas, ocorreu com a publicação do soneto
"Sesta de Nero" no jornal Gazeta de Notícias, em agosto
de 1884. Recebeu comentários elogiosos de Artur Azevedo, precedendo
dois outros sonetos seus, no Diário de Notícias. Ademais,
escreveu diversos livros escolares, ora sozinho, ora em co-autoria com
seus amigos Coelho Neto e Manuel Bonfim.
O grande amor de Bilac foi Amélia de Oliveira, irmã do poeta
Alberto de Oliveira. Chegaram a ficar noivos, mas o compromisso foi desfeito
por oposição de outro irmão da noiva, desconfiado
de que o poeta era um homem arruinado. Seu segundo noivado fora ainda
menos duradouro, com Maria Selika, filha do violonista Francisco Pereira
da Costa. Viveu sozinho, em consequência destes descasos amorosos,
sem constituir família até o fim de seus dias. Decorrido
seu falecimento, em 28 de dezembro de 1918, fora sepultado no Cemitério
de São João Batista no Rio de Janeiro. É como poeta
que Bilac se imortalizou. Foi eleito Príncipe dos Poetas Brasileiros
pela revista Fon-Fon em 1907. Juntamente com Alberto de Oliveira e Raimundo
Correia, foi a maior liderança e expressão do Parnasianismo
no Brasil, constituindo a chamada Tríade Parnasiana. A publicação
de Poesias, em 1888 rendeu-lhe a consagração.
Já no fim de sua vida, em 1917, Bilac recebe o título de
professor honorário da Universidade de São Paulo.
Concluindo, é com imensa satisfação e contentamento
que passo a integrar a AGLAC na Cadeira 42, com o Patrono Olavo Bilac,
este admirável jornalista, contista, cronista, poeta e ícone
da história da literatura brasileira. Tendo como antecessor o magnífico
homem da cultura e da educação em nossa cidade o professor,
historiador, geógrafo e poeta. Oswaldo Luiz Ferreira, que foi servidor
público por vinte e cinco anos até a sua aposentadoria como
professor em nossa cidade. Lecionou em escolas bem conhecidas como, C.M.
Presidente Castello Branco e C. M. Ernani Farias. Ao longo de sua trajetória
como militante da educação e cultura, publicou mais de 15
livros e tão brilhantemente ocupou esta Cadeira.
Espero estar à altura de tão grande responsabilidade à
qual orgulhosamente passo a me dedicar.
Obrigado a todos.
Milton Machado
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