Observação Pública do Eclipse Parcial Solar de 22/09/2006

Como parte das comemorações dos 116 anos de emancipação da cidade de São Gonçalo, o Clube de Astronomia de São Gonçalo,
SESC São Gonçalo e o Centro Cultural Vila Lage
, convidam a todos para a Observação Pública do Eclipse parcial Solar deste dia 22/09/2006 a partir das 7:00h no pátio do SESC São Gonçalo na Av. Presidente Kennedy, 775 - Estrela do Norte - São Gonçalo.

Haverá também exposição de fotos sobre astronomia, miniaturas de veículos espaciais, experimentos, equipamentos, exibição de vídeos e etc.

Todas as atividades são gratuitas e abertas ao público.
Venha e traga a família!

 
Horário de observação do eclipse: 7h as 9h da manhã
Horário para visitação da exposição: das 9h as 18h.
 
Veja abaixo as fotos do evento!

Informações sobre o eclipse:

Nascer do Sol - 06:01
Eclipse Parcial do Sol. Inicio do Eclipse Solar Parcial, Altitude=6.6° - 06:32 tempo local GMT -3
Máximo Eclipse. Magnitude=40.466%, Obscuracao=28.312%, Altitude=21.3°,
Duração do eclipse =2h16m, ET-UT=65.0sec - 07:36 tempo local GMT -3
Final do Eclipse parcial Solar. Altitude=37.7° - 08:48 tempo local GMT -3

Mais informações:
http://www.geocities.com/lunissolar2003/
http://sunearth.gsfc.nasa.gov/eclipse/eclipse.html
Mapa de visibilidade:
http://sunearth.gsfc.nasa.gov/eclipse/OH/image1/SE2006Sep22-Fig5.GIF

 

AVISO IMPORTANTE:

É extremamente perigoso olhar o Sol diretamente.
Qualquer exposição acima de 15 segundos danifica permanentemente o olho, sem apresentar qualquer dor!

 

Para sua total segurança estaremos utilizando equipamento adequado e método de observação indireta com projeção do eclipse
sobre um anteparo branco que nos serve de tela.

Museu de Astronomia e Ciências Afins
MAST/MCT Ficha n°.3

Por Oscar Matsuura


Eclipse Solar

O Sol é uma estrela

Embora visto de dia, o Sol é uma estrela como tantas outras visíveis à noite. Assim, o Sol irradia luz própria, diferindo dos planetas e seus satélites que brilham porque refletem a luz do Sol que incide neles.

Na região central do Sol há uma poderosa usina geradora de energia por fusão nuclear: 4 núcleos de hidrogênio (H) se fundem formando 1 núcleo de hélio (He), ou seja, 4H  He. O He resultante tem 1% menos massa que 4 H. É a massa desaparecida que se transforma em energia, conforme a famosa equivalência de Einstein entre energia E e matéria com massa m: E=mc2 (c denota a velocidade da luz). Assim o Sol já se manteve aceso 5 bilhões de anos, devendo continuar por outro período equivalente.

A Lua, nosso satélite, não tem luz própria

A Lua é o satélite natural da Terra . Muito menor do que o Sol e as demais estrelas, ela é incapaz de gerar luz própria. Ela brilha apenas porque reflete a luz do Sol. Sendo aproximadamente esférica, o hemisfério da Lua voltado para o Sol está sempre iluminado, enquanto que o outro permanece escuro (Figura 1). A metade não-iluminada está sempre associada a um cone de sombra.

Estando dentro do cone de sombra o observador não pode ver o Sol, pois ele estará totalmente eclipsado pela Lua (Figura 1). O cone de sombra está embutido no cone de penumbra. Estando fora do cone de sombra, mas dentro do cone de penumbra, o observador só pode ver uma parte do Sol. Portanto, para presenciarmos um eclipse do Sol, precisamos estar numa localidade do globo atingida pelo cone de sombra ou de penumbra.

Além do Sol, a Lua pode ocultar também planetas, satélites, asteróides , estrelas etc. Nesse caso fala-se de ocultação pela Lua.

Figura 1 (fora de escala). Os cones de sombra e de penumbra da Lua.
O termo latino umbra significa sombra e penumbra quer dizer quase sombra.
A altura h do cone de sombra é a distância média da Lua ao Sol
dividida por 400 que, por sua vez, é a razão entre
os diâmetros do Sol e da Lua.

Todo eclipse solar ocorre na Lua Nova...

A Terra orbita ao redor do Sol, mas a Lua também orbita ao redor da Terra. Enquanto a Lua descreve sua órbita ao redor da Terra, vemos o hemisfério iluminado da Lua sob diferentes ângulos, o que ocasiona as diferentes fases da Lua (Nova, Crescente, Cheia e Minguante). É na Lua Nova que o hemisfério escuro fica voltado para nós, e o cone de sombra ou de penumbra pode atingir a Terra.

...mas, há Luas Novas sem eclipse solar

Se o plano da órbita da Lua coincidisse com o plano da órbita da Terra (eclíptica), a cada Lua Nova ocorreria um eclipse do Sol. Mas, não é isso que acontece. Entre esses dois planos forma-se um ângulo de 5,15o (Figura 2). Conquanto pequeno, esse ângulo faz com que eclipses do Sol ocorram apenas em algumas Luas Novas. Na Terra, num ano, ocorrem pelo menos 2 eclipses do Sol, porém não mais que 5.

Figura 2 (fora de escala). A Terra orbita ao redor do Sol no plano da eclíptica
. Com esse plano, o plano da órbita da Lua faz um ângulo de 5,15o que foi exagerado na Figura
para mostrar que, apesar de a Lua ser Nova (entre o Sol e a Terra), o alinhamento Sol-Lua-Terra
é imperfeito de modo que o cone de sombra não atinge a Terra.

A intersecção entre dois planos sempre define uma reta. A intersecção entre os planos orbitais da Terra e da Lua define a reta chamada linha dos nodos (Figura 2). Para que eclipses ocorram, a linha dos nodos precisa unir Sol e Terra. Na representação da Figura 2 isso acontecerá quando a Terra caminhar mais uns 90o. Então a Lua Nova poderá se encontrar na eclíptica, ou perto dela, ocasionando um eclipse solar. Este fato explica a raiz comum das palavras eclipse e eclíptica.

Um eclipse solar não exige um alinhamento perfeito entre Sol, Lua e Terra. Ele pode ocorrer até 19 dias antes ou depois do alinhamento do Sol e da Terra com a linha dos nodos. Se a direção da linha dos nodos fosse fixa, os eclipses aconteceriam rigorosamente a cada 6 meses. Mas ela dá um giro a cada 18 anos e 7 meses, no sentido que faz o alinhamento se repetir 9,3 dias antes de se completar 6 meses. Portanto ela gira no sentido oposto à traslação da Terra.

Eclipse total, parcial e anular do Sol

Quando o cone de sombra atinge a superfície da Terra, o eclipse solar é total, embora esse eclipse seja verdadeiramente total só dentro do cone de sombra que na Terra tem um diâmetro de apenas 200 km em média. Fora do cone de sombra, mas dentro do cone de penumbra cujo diâmetro atinge milhares de km, o eclipsamento do Sol é parcial. Quando a Terra é atingida pelo cone de penumbra sem ser atingida pelo cone de sombra, o eclipse é classificado como parcial.

A distância média da Lua à Terra é 384.400 km. Como a órbita lunar não é circular, mas elíptica, essa distância varia de 363.300 a 405.500 km. Não é difícil acontecer que a Terra fique mais afastada da Lua do que o vértice do cone de sombra (375 mil km). Nesse caso o eclipse é anular. No auge do eclipse se vê o disco lunar ocultando só a parte central, deixando exposto um anel periférico do disco solar.

O eclipse total visto da Terra

Os cones de sombra e de penumbra não permanecem estacionários, mas varrem a superfície da Terra a milhares de km/h, aproximadamente de Oeste para Leste, devido sobretudo ao movimento da Lua em torno da Terra. Para um observador num ponto da Terra, em qualquer dia o Sol aparenta mover-se no céu de Leste para Oeste, assim como a Lua. Mas, a Lua caminha mais devagar do que o Sol. Tanto que, de um dia para o outro, a Lua nasce atrasada cerca de 50 minutos em relação ao Sol. Num eclipse o observador vê, portanto, a Lua eclipsando primeiro o bordo Oeste do Sol. No auge do eclipse, onde o eclipse for total, o Sol ficará totalmente oculto por 7,5 min, no máximo. O eclipse termina com a Lua descobrindo o bordo Leste do Sol. Onde o eclipse é total, ele demora cerca de 2,5 h.


Cuidados com os olhos!

A observação do Sol é perigosa em qualquer dia. Pode causar até cegueira! Em eclipses as chances de riscos aumentam pela curiosidade que o fenômeno desperta. O eclipse solar pode ser visto sem proteção especial para os olhos somente quando o disco solar estiver totalmente eclipsado. Fora disso, a observação recomendada é a indireta (através de imagem projetada), ou através de filtros tecnicamente recomendados.

Interessante coincidência

O leitor mais atento deve ter notado que o Sol tem um diâmetro 400 vezes maior do que a Lua, todavia está 400 vezes mais distante da Terra do que a Lua. É por isso que, no céu, ambos os astros acabam tendo praticamente o mesmo diâmetro angular de aproximadamente 0,5o.

Realização:

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